+55 (77) 3639-6990

whatsapp

+55 (77) 99940-6880

email

comercial@jhsementes.com.br

Acompanhe nossas Redes Sociais:

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A FASE DE “CUT OUT” NO ALGODÃO

A colheita da cultura do algodão é uma operação sensível, em que se deseja o menor número possível de contaminantes. Para que a colheita seja de boa qualidade, alguns manejos devem ser estabelecidos, principalmente na fase de “cut out”, o qual vamos falar no artigo de hoje. Vamos lá?

1-) O que é o “cut out” no algodoeiro, afinal?

O algodão é uma planta perene que tem a capacidade de continuar vegetando após o processo reprodutivo, isso dificulta o manejo quando a cultura é conduzida de forma anual. O “cut out”, ou corte fisiológico, é o momento da paralisação do crescimento vegetativo, quando não se observa emissão de novos nós no caule principal, induzida por estresse, doses de regulador de crescimento, ou pela fase final de crescimento e início da maturação das maçãs.

A lavoura de algodão está em fase de cut out quando se constata que a flor branca de 1ª posição está situada, no mínimo, 5 nós abaixo do ápice (último nó no caule) ou quando facilmente se visualiza, no ápice das plantas, a presença de flor branca ou lilás. Em se tratando de cut out fisiológico, ou seja, aquele induzido por maçãs em final de crescimento / início de maturação, se não tiver ocorrido perda da 1ª estrutura reprodutiva no baixeiro, espera-se encontrar maçã em fase de abertura, ou capulho aberto.

Nessa fase alguns manejos devem ser priorizados pensando na qualidade da colheita, principalmente em relação às pragas e doenças. Falaremos a seguir das principais espécies que podem causar prejuízo nessa fase.

2-) Doenças e pragas para prestar atenção na fase de “cut out”.

Ramulária (Ramularia areola)

O fungo Ramularia areola é o agente causal da ramulária no algodoeiro e está presente em todas as regiões produtores da cultura, sendo uma das principais doenças que aumentam o custo de produção junto com as pragas como: lagartas e bicudo-do-algodoeiro.

O fungo é biotrófico, pode sobreviver em soqueiras sem destruição adequada e em plantas de algodão perenes ou tigueras, sendo que a temperatura ideal para desenvolvimento da doença fica em torno de 25-30ºC.

Os danos para a cultura são diretos, reduzindo a produtividade; as maçãs mais próximas do baixeiro podem apodrecer, o ataque nas folhas diminui a capacidade fotossintética da cultura, e isso interfere diretamente na produtividade, podendo atingir até 75% de perdas em cultivares mais suscetíveis à doença.

Para manejar a doença é importante utilizar os princípios do manejo integrado de doenças, monitorando para identificar cedo os primeiros sintomas, destruindo de forma adequada as soqueiras, utilizando cultivares tolerantes e rotacionando fungicidas no manejo, principalmente triazóis e estrobilurinas.

Bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis)

O bicudo do algodoeiro é uma praga altamente agressiva, ataca a fase vegetativa e reprodutiva da cultura, causando danos nos botões florais quando se alimenta em fase adulta ou larval. Os orifícios abertos com a alimentação e oviposição da praga adulta acarretam o amarelecimento e a queda do botão, comprometendo a produção e qualidade da pluma.

O manejo do bicudo consiste no monitoramento constante, quando observados de 3 a 5% de danos, a aplicação deve ser realizada. A instalação de armadilhas é indispensável para monitorar a presença antecipada da praga e rotacionar princípios ativos inseticidas.

Ácaro rajado (Tetranychus urticae)

O ácaro rajado se destaca por sugar as folhas do ponteiro, acarretando o rompimento das células da epiderme das folhas atacadas, que ficam amarelecidas e sem capacidade fotossintética, o que impacta diretamente na produtividade, causando desfolha em altas infestações, o clima ideal para a ocorrência da praga é de 25-28ºC, em clima mais seco, com baixa ocorrência de chuvas.

O manejo do ácaro tem sido feito exclusivamente utilizando inseticidas/acaricidas, mas para maior eficiência é essencial o monitoramento constante, para que as aplicações sejam feitas no início das infestações, pois isso garante melhores resultados.

O pulgão do algodoeiro (Aphis gossypii)

O pulgão do algodoeiro pode causar perdas de até 30% na produtividade do algodão, além de danificar a qualidade da pluma. Os pulgões se alojam sob as folhas e brotos novos das plantas. Além de causar danos diretos pela sucção de seiva, o pulgão do algodoeiro também transmite viroses, como a vermelhidão do algodoeiro e mosaico-das-nervuras, que provoca amarelecimento de folhas em plantas suscetíveis. Além disso, o ataque dessa praga pode ser porta de entrada para o fungo fumagina (gênero Capnodium sp.), que compromete a fotossíntese das plantas e pode manchar a pluma.

Quando os danos pelo pulgão ocorrem na fase de abertura das maçãs, ocorre o “algodão caramelizado”, que é uma contaminação na fibra do algodão, impactando na produtividade.

Para o manejo do pulgão, a melhor estratégia é utilizar cultivares resistentes ou tolerantes para as viroses que o pulgão pode transmitir e o controle químico de acordo com o nível de dano da praga, principalmente para os danos que a praga pode causar nos capulhos abertos.

3) Quais outros manejos são feitos na fase de “cut out” no algodão?

Capação” com uso de reguladores de crescimento

O termo popular conhecido como “capação” acontece quando o produtor ou responsável técnico decide parar o crescimento da planta, aplicando regulador de crescimento em alta dose, visando um número economicamente viável de capulhos e maçãs para a produção de pluma, ou seja, ligada à última maçã de interesse econômico.

Para identificação deste momento é necessário observar de 3 a 5 nós acima da flor creme de primeira posição (flor do ramo que está mais próxima da haste principal), pois essa flor delineia os frutos que efetivamente contribuem para a colheita. Além disso, também é importante levar em conta maçãs fisiologicamente maduras e a porcentagem de capulhos.

Desfolhantes, maturadores e dessecantes

O algodoeiro possui mecanismos naturais de queda de folhas e abertura dos frutos, porém eles não são sincronizados com o momento ideal para a colheita. No preparo da lavoura para a colheita, pode-se manipular a concentração desses hormônios por meio da aplicação de produtos químicos como maturadores, dessecantes e desfolhantes, pois atrasos na colheita, até que 100% das maçãs estejam abertas ou devido à presença de folhas nas plantas, podem resultar em perdas significativas na produção, sobretudo na qualidade da fibra.

O uso de promotores de abertura de maçãs (chamados de maturadores), de desfolhantes e dessecantes vem ganhando importância na cotonicultura brasileira, por serem produtos que permitem controlar os níveis dos hormônios promotores da abscisão foliar e da abertura das maçãs.

Os desfolhantes alteram o balanço hormonal da planta, garantindo uma formação prematura da zona de abscisão no pecíolo da folha, isso ocorre entre 7 e 14 dias após a aplicação dos produtos.

Já o uso de produtos dessecantes causa a seca parcial ou integral das folhas, isso ocorre de forma tão rápida que a zona de abscisão não é formada, as folhas não caem, podendo acarretar produtos com alto grau de impurezas e elevado custo de beneficiamento. Nesse caso o uso de desfolhantes antes dos dessecantes tem sido recomendado.

Quando os produtos são utilizados na sequência correta, alguns benefícios podem ser observados como: eliminação de impurezas, prevenção contra o apodrecimento de maçãs, redução de fonte de alimentação para diapausa do bicudo e operação de colheita mais precoce.

4-) Considerações finais

O manejo cut out inclui vários cuidados para garantir uma colheita de qualidade, focada no manejo de pragas e doenças e preparo da cultura para colheita mecanizada ou não. A J&H Sementes se preocupa com a qualidade da semente para garantir ótimas colheitas, por isso prepara conteúdos como esse, que ajudam a garantir os melhores resultados. Está gostando? Então continue nos acompanhando aqui no blog, siga nossas redes sociais e até o próximo artigo!

Esse artigo foi feito em parceria com a Agro Insight, para conhecer e saber mais, acesse: agroinsight.com.br.

BIBLIOGRAFIA E LINKS RELACIONADOS

PAZZETI, G. Determinação da Lavoura de Algodão e “Cut Out” Fisiológico. Disponível em: https://jhsementes.com/blog/determinacao-da-lavoura-de-algodao-e-cut-out-fisiologico/. Acesso em 06 mar 2022.

CHIAVEGATO, E.J. Critérios seguros devem nortear a definição do fim do ciclo. Sincronia, Colheita e Beneficiamento. Disponível em: https://www.esalq.usp.br/visaoagricola/sites/default/files/va06-colheita-e-beneficiamento01.pdf. Acesso em 06 mar 2022. p.91-96.

IMA-MT (Instituto Mato-Grossense do Algodão). Boas práticas de manejo do algodoeiro em Mato Grosso. Disponível em: http://www.casadoalgodao.com.br/images/publicacoes/manualdeboaspraticas2020-4ed-vf-web.pdf. Acesso em 06 mar 2022.

Compartilhe:

Categorias

Categorias

Publicações Recentes

AGRICULTURA DIGITAL: REVOLUÇÃO DIGITAL NO AGRO!

PLANTEI E AGORA? 5 ITENS PARA FICAR DE OLHO E GARANTIR A PRODUTIVIDADE DA SOJA!

OS 5 VILÕES DA PRODUTIVIDADE NO PLANTIO DA SOJA

Tags